quinta-feira, 1 de maio de 2014

Reforçando Conceitos - Parte III

Esta é a Minha lei:Não permitas que a verdadefique sem nascer.E se tu não podes suportar a verdade,ajuda aquele que pode suportá-laFaz com que ela floresçae preencha o mundo inteiro.
J. L. Moreno


 – Moreno diz que quanto mais perturbado estiver à organização mental, maior será a ajuda do Ego Auxiliar. A partir do conceito de Ego Auxiliar ele discorre sobre o conceito de Mundo Auxiliar. O que é Mundo Auxiliar?

Quanto mais perturbada parece estar à organização mental do paciente, maior é a ajuda que o ego auxiliar deve oferecer e maior a necessidade da sua iniciativa. Podem ser necessários numerosos egos auxiliares e, no caso da psicose grave e estabelecida, a tarefa com que o ego auxiliar se defronta está além da possibilidade de tratamento eficaz. O paciente mais benigno, por muitas que sejam as ajudas de que possa precisar para chegar a uma realização mais satisfatória ainda vive no mesmo mundo que nós. No caso de um paciente mais grave, a realidade, tal como é usualmente experimentada e substituída por elementos delirantes e alucinatórios, o paciente precisa de mais que um ego auxiliar, ele precisa de mundo auxiliar.
O Mundo Auxiliar é a tradução dos cuidados das expressões verbais, gestos, delírios e alucinações do paciente para uma linguagem poética, como base para construir um realidade poética, um mundo auxiliar.Os Egos Auxiliares uma vez familiarizados com a linguagem poética e com a estrutura do mundo auxiliar do paciente, poderá atuar nesse mundo, assumindo papeis adequados às necessidades do paciente, falar e viver com ele em sua própria linguagem e em seu próprio universo.

– O que é Psicodrama Bipessoal? Quais são os passos para seu desenvolvimento?

É uma abordagem terapêutica oriunda do Psicodrama, que não faz uso de ego-auxiliaries e atende apenas a um paciente de cada vez, configurando uma situação de relação bipessoal, ou seja, um paciente e um terapeuta. Geralmente as sessões são de 50 minutos, numa freqüência de uma a duas vezes por semana. Nem todas as sessões culminam em dramatização, pois as vezes faz-se necessário elaborar verbalmente o material já obtido anteriormente do que iniciar, compulsivamente, uma nova dramatização. Nas sessões em que são utilizadas dramatização, a metodologia básica consiste em:
·         Estimular algum tipo de aquecimento inespecífico e específico em movimento, alem do aquecimento inespecífico verbal. Cre-se que essa fase seja essencial para evitar as chamadas “dificuldades de se dramatizar com almofadas”. Quando o diretor e o paciente estão suficientemente aquecidos, esse tipo de incapacidade não ocorre, pois o “como se” toma conta da sessão capacitando o protagonista a funcionar com níveis ótimos de abstração;
·         Utilizar almofadas ou objetos da sala para marcar os papeis complementares;
·         Propor a técnica de tomada de papeis para que o paciente possa ir definindo e experimentando o papel complementar;
·         Quando o paciente retorna ao seu papel, costume emprestar minha voz e, as vezes, minhas força física à almofada, a fim de manter o aquecimento e dar mais veracidade à dramatização. Nessas ocasiões, me refiro ao papel complementar na terceira pessoa do singular;
·         Raramente contraceno ou assumo o papel do paciente, e, quando o acontece é de forma bem breve;
·         Preferencialmente utilizo a técnica da entrevista, que me permite mobilidade para ir e vir, entre a fantasia do paciente e a realidade da sessão;
·         Alem das técnicas da entrevista, utiliza-se vários outros recursos e quase todas as técnicas clássicas de dramatização.

- No livro Sobrevivência Emocional qual é o tema desenvolvido por sua autora Rosa Cukier? Qual a sua importância para compreensão de Matriz de Identidade?

O tema desenvolvido em seu livro é sobre a criança interna. O objetivo do trabalho com a criança interna dos adultos é fazer com que eles tomem responsabilidade por seu comportamento atual, compreendendo as distorções e o forte impacto das experiências precoces da infância em suas vidas. O foco principal do trabalho não é rememorar ou culpar/perdoar os adultos que cuidaram do paciente quando criança, mas sobretudo, compreender o que esses pacientes fizeram consigo mesmos, como resultado de como viveram as relações de dependência infantis .
A partir do trabalho com a criança interna, o terapeuta poderá verificar em qual locus de sua infância ocorreu à falha no desenvolvimento, e poderá retornar e rematrizar.

– A psicoterapia da Relação foi desenvolvida por Fonseca. Como ele utiliza as técnicas propostas por Moreno?

O psicoterapia da relação é um misto de diretor de psicodrama e ego-auxiliar, ou seja, um ator terapêutico, entretanto o cliente sempre deve estar sendo interpretado. Não há marcação de cenas, elas são presentificadas, no aqui e agora.  Não há ação corporal entre cliente e terapeuta, para se evitar a indução transferêncial e comportamento emocional desnecessário, preservando assim a relação um pouco mais distante, necessária para o diretor. A psicoterapia não parte de hipóteses teóricas, apenas mergulha no papel em jogo, fluindo a partir do que ele capta consciente e inconscientemente.

No livro Psicodrama da Loucura, Fonseca, desenvolve uma nova leitura sobre a evolução da Matriz de Identidade, completando o Teoria de Moreno. Descreva as fases da Matriz proposta por Fonseca.

1) Indiferenciação: é a fase do duplo, o individuo está indiferenciado, o EU e o TU não estão delimitados;
2) Simbiose: caminho para ganhar a identidade como pessoa;
3) Reconhecimento do EU: é a fase do espelho, o protagonista pode ver-se através do desempenho do seu papel, pelo ego-auxiliar;
4) Reconhecimento do TU: iniciam-se as pesquisas sobre o TU;
5) Relações de corredor: acontece a brecha entre fantasia e realidade, o TU existe só para o eu, possessividade;
6) Pré-inversão: acontece o jogo de inversão sem reciprocidade, sem o TU (bonecas);
7) Triangulação: inicio das relações a três, aparecimento do ELE;
8) Circularização: entrada em grupos de mais pessoas, NOS;
9) Inversão de Papeis: troca recíproca – Tele;
10) Encontro: dois seres se fundem e retornam revitalizando identidades

- Descreva: O que é Jornal Vivo?

No Jornal Vivo, ocorre apresentações improvisadas, não só em caráter mas também em sua forma de conteúdo. Uma das formas que melhor se  ajusta ao ideal e a apresentação de notícias cotidianas.
O seu desenvolvimento e inédito, os atores só no dia da representação são informados dos enredos que apresentarão, pelo Diretor diante da público.
O jornal vivo é usado como quadro para escrever uma peça bem feita e bem polida, todos os recursos convencionais do teatro voltam, automaticamente a entrar em ação . A idéia de fazer com que o presente social de uma comunidade seja experimentado dinamicamente por todos os seus membros de um modo ativo é destruída. Um jornal vivo, uma vez produzido e repetido perante muitos públicos, como qualquer outra peça de teatro, entra em conflito com o fato de que existem centenas de outras versões dos mesmos eventos e problemas que não são transmitidos para experiência dos espectadores.



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