quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Realidade Suplementar

Realidade Suplementar

É uma liberação das convenções.É um encontro com o IMAGINÁRIO e com a intuição; há quem diga que é também um encontro com a espiritualidade.Tem um “quê” de ser sem tempo e sem espaço; uma realidade cósmica.



A Realidade Suplementar é um dos aspectos mais terapêuticos, misteriosos e facilitadores de mudanças do Sociopsicodrama.É um encontro com o imaginário e com a intuição, há quem diga que é também um encontro com a espiritualidade.Complementa a realidade, tudo é provável e possível, o tempo e espaço não existem.Sobre a frágil base da realidade a imaginação tece novas formas.


O sociopsicodrama não consiste apenas na encenação de episódios, passados, presentes e futuros, que são vivenciados e concebidos no cenário da realidade – um equivoco freqüente. Há no sociopsicodrama um tipo de experiência que ultrapassa a realidade, que oferece ao sujeito uma nova e extensiva experiência da realidade, uma realidade suplementar . Fui influenciado na cunhagem do termo “realidade suplementar” pelo conceito de Marx de “mais-valia”. O valor suplementar seria a parte do salário do trabalhador que lhe roubado pela empresa capitalista. Mas realidade suplementar, em contraste, não é uma perda, mas um enriquecimento da realidade por meio do investimento e do uso extensivo da imaginação. Essa expansão da experiência é possibilitada no sociopsicodrama pelos métodos não usados na vida – egos auxiliares, cadeira auxiliar, duplo, inversão de papeis, espelho, loja mágica, a cadeira alta, o bebê psicodramático, o solilóquio, o ensaio da vida e outros. (J.L. Moreno, 1965,4;212-3)

Os sociopsicodramatistas  muitas vezes trabalham com a realidade suplementar sem levar em consideração a sua perspectiva filosófica. O sociopsicodrama geralmente se inicia com o problema do protagonista, e durante a sessão o drama retorna a experiências do início da infância para curar velhas feridas, Nesse caso, a realidade suplementar é usada como em técnica para completar e curar, para ter um efeito integrador sobre o ego, de forma que o protagonista se sinta melhor e consiga tocar para frente a sua viada. Levar ao palco um diálogo entre o protagonista e alguém que já morreu, ou atribuir a ele (a) um “novo” pai ou mãe são apenas dois exemplos dessa forma de usar a realidade suplementar. ( Zerka T. Moreno)

Estudo de caso utilizando a realidade suplemtar:

Aquecimento inespecífico:

A diretora solicitou a cada membro do grupo que feche os olhos e reviva um momento importante da sua vida.
Após o reencontro com o momento, foi solicitado que os participantes redijam uma carta a pessoa integrante da vivencia.

Aquecimento específico:

Foi solicitado que o grupo formasse duplas, após cada um deveria ler a carta ao outro.
Após a leitura foi realizada inversão de papel onde a pessoa respondia ao a sua dupla a sua própria carta.

Foi realizada sociometria onde se elegeu uma carta a ser lida ao grupo.

Cena:

Foi realizada uma cena onde X pede desculpas a Y por ter roubado uma tarefa escolar na sua infância.

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Alguns membros do grupo se identificaram com a cena, visto que na infância fizeram o mesmo ou algo parecido.

Reflexão:
A vivencia foi muito forte, emocionando membros do grupo antes mesmo de acabarem de redigir a carta.
Me levando a reflexão de que em muitos momentos a resposta está dentro de cada um, basta se permitir aliviar a mente, voltar ao momento de dor e nos entregar a uma solução.
Ressalto que este é um processo difícil, mas reconfortante.

Fonte: ZERKA, T Moreno - Realidade Suplementar - Ed Ágora

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