segunda-feira, 12 de maio de 2014

Jogo Dramático

O que é o Jogo Dramático?
 Podemos defini-lo como uma atividade que permite avaliar e desenvolver o grau de espontaneidade e criatividade do indivíduo, através de suas características, estado de ânimo e/ou emoções na obtenção e resolução de conflitos ligados aos objetivos propostos.
 O Jogo Dramático está inserido na teoria do Psicodrama, diferenciando do termo Jogos Dramáticos utilizados no Teatro com o objetivo de desenvolver somente o papel de ator. Além disso, os conflitos emergem em detrimento dos objetivos e critérios estabelecidos pelo Diretor e estes, são trabalhados. Esta é a diferença vital, ou seja, é Jogo porque promove o lúdico, é Dramático pela proposta em trabalhar os conflitos que surgem. Conflitos estes que, no nosso enfoque, restringem-se somente ao papel profissional e aos objetivos propostos pelo Diretor.

Características do jogo dramático:

1- É uma atividade voluntária, ou seja, é preciso haver aceitação dos participantes para se "jogar". É uma proposta livre que pode ser interrompida, se necessário;
2- Tem regras especificas e absolutas. É preciso, portanto, que os participantes concordem com o que é proposto pelo jogo. No caso de um ou mais participantes não cumprirem as regras, deve se considerar se houve aceitação das mesmas, pois desobedece las significa o fim do mesmo. Se as regras forem alteradas, o jogo também se modificara.
3- Tem um tempo de duração delimitado, que varia de acordo com o jogo ou a necessidade do Diretor.
4- Tem um espaço, que e o próprio contexto dramático. Este espaço pode ser ampliado ou reduzido de acordo com a proposta do jogo;
5- Há o resgate da ordem lúdica, criando uma perfeição temporária durante o jogo, ou seja, a predisposição para o jogo faz com que os participantes interrompam e ou desprendam da vida real;
6- Tem um objetivo especifico: busca a identificação e a resolução de conflitos, sendo esta característica que o diferencia no jogo dramático dentro do Psicodrama.

Ao aplicar um Jogo Dramático, o diretor devera estar atento em qual fase da Matriz de Identidade se encontra o grupo. Sendo estas:

Primeira Fase - Identidade do Eu:
>> No jogo não pode ter contato físico entre os participantes;
>>O Diretor deve ser direto, estabelecendo as regras que devem ser seguida;
>> Não se constrói personagens;
>> Normalmente as pessoas estão mais passivas, com isso, o diretor tem que estimular o grupo, ser ativo;
>> Os Vínculos são frágeis nesta fase, podendo gerar transferências;

Nesta fase deve ser utilizado jogos de apresentação, aquecimento, interiorização, relaxamento e interiorização.
O objetivo dos jogos é desenvolver a sensação e principio de percepção, um momento do EU-COMIGO, garantindo ao indivíduo a descoberta de si mesmo, promovendo também um principio de interação entre os elementos, a fim de desenvolver um reconhecimento Grupal.

Segunda Fase - Reconhecimento do Eu:
>> Os papeis começam a aparecer, como o líder;
>> As personalidades começam aparecer assumindo papeis (poucos);
>> Surgem os sub grupos por afinidades;
>> Começa a ser utilizado objetos intermediários;
Nesta fase são utilizados jogos de percepção de si mesmo, percepção do outro / Espelho e Pre - inversão. Abrindo o grupo para interagir com o outro, podendo os jogos serem individuais ou em duplas.
O objetivo destes jogos é a descoberta do outro, suas características, envolvendo o senso de percepção e principio de comunicação. E o momento do EU e do OUTRO, onde o indivíduo percebe se através do outro (espelho).

Terceira Fase - Reconhecimento do Tu:
>> As lideranças aparecem;
>> Ocorrem troca de papeis;
>> O grupo esta coeso;
>> Os jogos possuem ligação direta com o outro;
>> Inicia - se com duplas, trios, quartetos e ate com o grupo todo;
>> Pode - se construir personagens, avaliando a qualidade dramática, a espontaneidade e a criatividade na construção de papeis.

Nesta fase utiliza se de jogos que apresentam características de comunicação e interseção EU - ELE x EU - NOS ), podendo avaliar as redes sociometricas do indivíduo e do grupo.

Os jogos possuem o objetivo configurar a integração entre os participantes.

Fonte:
100 jogos para grupo - Ronaldo Yudi K. Yozo
Apostila de Jogos Dramáticos

GRUPAÇÃO

O encontro de Sócio - Psicodramatistas, com intuito de estudar, vivenciar e compartilhar experiências.

Formou-se GRUPAÇÃO...

Em breve teremos mais noticias 


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Expressão Corporal


A Expressão Corporal explora a manifestação da personalidade mais completa, explorando o alto conhecimento.O seu estudo propõe o resgate e o desenvolvimento de todas as possibilidades humanas inerentes ao movimento corporal. A expressão corporal funcionaliza a linguagem do corpo em suas estruturações e desenvolvimentos. Por isso leva a manifestação da personalidade, a um conhecimento e uma consciência mais completa para fora e para dentro do indivíduo, enfim, a uma comunicação fluida, capaz de promover uma profunda transformação de atitude básica da personalidade. 


O Psicodramatista tem que estar sempre pronto para entrar em cena, o domínio da 
sua expressão corporal e uma ferramenta que o ajuda:
>> A realizar vários papeis em uma única cena no caso do Psicodrama Bipessoal; >> Entrar em cena como Ego Auxiliar, nos variados papeis necessários podendo ser: uma 
pessoa, coisa ou objeto;
>> Contato com o corpo gerando conhecimento dos seus limites e com isso promovendo 
novos movimentos.
>> O aquecimento para as técnicas Psicodramaticas, proporcionando uma aproximação da 
espontaneidade e criatividade. 
>> A ruptura com as conservas culturais, gerando o processo criativo.
>> O fluir livre do corpo, ritmado e em harmonia com o ambiente, que eleva a expressão dos 
sentimentos;
>> Uso de vários níveis de espaço;
>> Uso de suas dimensões tendo como centro o indivíduo;
>> Uso de gestos criadores segundo as varias linhas e diagnósticos do espaço sinestésico. 

Nas aulas ministradas pelo Prof. Evanderson Mendes, vivenciamos os jogos, abaixo 
relacionados que nos levou a um maior contato e domínio da nossa expressão 
corporal:


- Alongamento:

 EU-EU: Foi solicitado ao grupo que se deite no chão em formato de cruz, após foi dada consigna de movimentos:

Colocar os pés no chão e levantar o abdome.
Deitados, levantar os braços tentando alcançar o teto, com o tórax no chão.
Deitados de barriga para baixo, com as mãos apoiadas no chão, levantar a cabeça alongando o corpo.


EU-TU: Foram formadas duplas:
Um fica na sempre do outro, quando o diretor da o comando a pessoa da frente tenta andar e a pessoa atrás o segura pela cintura impossibilitando o movimento. (após um período de 05 minutos quem segura tenta andar).
Um fica na sempre do outro, quando o diretor da o comando a pessoa da frente pula e a pessoa atrás o ajuda impulsionando o movimento. (após um período de 05 minutos quem impulsiona tenta pular).
Um fica na sempre do outro, quando o diretor da o comando a pessoa da frente tenta saltar e a pessoa atrás o segura impossibilitando o movimento. (após um período de 05 minutos quem impossibilita o salto, tenta saltar).

- Espelho:

Em dupla realiza se a técnica do espelho, um faz movimentos e o outro o imita, após troca de papeis e quem imitava realizava os movimentos.
Após a vivencia foi compartilhado com o grupo as dificuldades e facilidades sentidas ao vivenciar a técnica.

- Vira Vira:

O grupo se forma em roda, onde um fica de frente ao centro e do lado de costa sucessivamente, o diretor da a consigna de uma frase e altera sua posição virando de costa para o centro da roda, quem esta ao seu lado pega a última palavra como inicio da sua frase, após terminar a frase vira para o centro da roda e assim cada membro do grupo cria uma frase e altera sua posição na roda.
Está jogo é um excelente exercício, para aperfeiçoar o Psicodramátista para técnica de inversão de papeis, visto que ao entrar em cena o mesmo tem que utilizar a última palavra dita pelo protagonista.

- Leitura Gestual:

O grupo se posiciona como platéia, o Diretor convida um membro a se colocar atrás da platéia e contar uma historia utilizando mímicas, outro participante de grupo é convidados a narrar a historia contada. Salientamos que apenas o narrador visualiza as mímicas.
Este jogo trabalha a espontaneidade e criatividade. Sendo importante salientar que em muitos casos o narrador interpreta os gestos com significados diferentes do que o criador da historia desejava narrar.

- Alongamento:

O grupo foi convidado a se deitar com o abdômen para cima, após foi dada a consigna para virar o corpo para direita e esquerda.
O grupo se forma em duplas, uma fica deitado, enquanto o outro de pé realiza alongamento no braços e penas da pessoa deitadas, com movimento variados. Após quem ficou deitado faz os movimentos em quem ficou de pé.
Foi trabalhado nestes exercícios o subtexto: todos nós carregamos um emaranhado de emoções e reagimos conforme estas emoções. Onde não há expressão, ali está uma retenção. “Não posso largar, nada do que ainda não peguei”, por isso precisamos ter-nos nas mãos, aprender a lidar com as emoções.

- Tibitar:

Tibitar é um jogo, onde 04 participantes do grupo combinam entre se uma ação. Ex: Tossir, comer, falar, etc.
Após acordada a ação eles voltam ao grupo, que terão que desvendar a ação, realizando perguntas.
Ex: Você tibita na escola?
A brincadeira nos leva a reflexão de como estamos nos expressando, se somos capazes de perceber o outro.

- Sons Combinados:

Um membro do grupo faz um som, os demais o imitam.
Vários sons são criados e imitados. Após o grupo é dividido em subgrupos onde devem criar sons que se completam.
Ex: Um inicia um som, o outro cria um novo som que combina com o inicial sucessivamente. 




- Alongamento:

 O grupo em circulo realizou vários movimentos não usuais, atendendo as consignas do Diretor.
┼  O grupo caminhou pela sala, atendendo a consigna do Diretor, onde foi solicitados que caminhassem de forma não usual aos mesmos, utilizando os planos baixo, médio e alto, alterando inclusive as suas expressões faciais.
- Jogo da Bola:

O Diretor solicitou que o grupo formasse dois sub- grupos, e que se posicionassem em fila. Após entregou ao primeiro de cada fila, um cone de garrafa pet onde um deveria mandar a bola com o cone para que o membro do outro grupo pegasse a bola com o cone. Quando um errava ia para o final da fila e o jogo continuava com o próximo da fila.
 Depois de várias jogadas, a bola foi trocada por uma mais pesada.
Quando o grupo começou a ser mais assertivo em suas jogadas, o Diretor dividiu o grupo em quarto sub- grupos, com duas duplas jogando ao mesmo tempo.
Chegou um momento da brincadeira, onde todo o grupo estava obtendo sucesso em suas jogadas, diferente do inicio onde a margem de erro era grande.
Quando o jogo foi encerrado, o grupo refletiu que a partir do momento que começaram a perceber o outro e movimentar mais o corpo obtiveram mais sucesso em suas jogadas.

- Objeto:

O grupo convidado pelo Diretor a se posicionar em roda, após o mesmo colocou objeto no centro da roda.
Foi dada a consigna que cada participante criasse um novo objeto com o mesmo.
Ex: Um tampa de liquidificador se transformou em: Volante de carro, peão, prato de comida, etc.

- Cena:

O grupo foi dividido em sub-grupos, a cada foi entregue um objeto.
O Diretor deu a consigna que os grupos criasse uma cena, salientando a importância:
>> Quem? (quem são)
>> Onde? (onde estão)
>> O que? (o que vão fazer)

Os objetos se transformaram em microfone, bola de cristal e coração.


Fonte:
Apostila Evanderson Mendes

domingo, 4 de maio de 2014

O Jogo do Esconde - Esconde

O Jogo do Esconde - Esconde


“Contam que uma vez reuniram-se todos os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra”.

Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:

Vamos brincar de esconde-esconde?

A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE sem poder conter-se perguntou:

Esconde-esconde? Como é isso?

É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo.

O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.

Mas nem todos quiseram participar; a VERDADE preferiu não esconder-se. “Para quê, se no final todos me encontram?” – Pensou.

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.

Um, dois, três, quatro... - Começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.

A subiu ao céu e A INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.

A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para alguns de seus amigos: se era um lago cristalino ideal para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ se era o vôo de uma borboleta o melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim acabou escondendo-se em um raio de sol.

O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele.

A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade escondeu-se atrás do arco-íris.) e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.

O ESQUECIMENTO,... Não recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.

Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente decidiu-se esconder-se entre suas pétalas.

Um milhão! – terminou de contar a LOUCURA e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA apenas à três passos de uma pedra.

Depois, escutou-se a discutindo com DEUS no céu sobre zoologia.

Sentiu vibrar a PAIXÃO e O DESEJO nos vulcões.

Em um descuido encontrou a INVEJA e claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.

O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.

A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir-se de que lado esconder-se.

E assim foi encontrado a todos: o TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA em uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.

A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava à ponto de dar-se por vencida encontrou um roseiral.

Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.

Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se.

Chorou, rezou, implorou, e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:

“O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.”



quinta-feira, 1 de maio de 2014

19º Congresso Brasileiro de Psicodrama

Olá Pessoal,
Começou ontem o 19º Congresso Brasileiro de Psicodrama em Foz do Iguaçu.
Convidamos a todos Morenianos que compartilhem conosco está vivencia.





Reforçando Conceitos - Parte III

Esta é a Minha lei:Não permitas que a verdadefique sem nascer.E se tu não podes suportar a verdade,ajuda aquele que pode suportá-laFaz com que ela floresçae preencha o mundo inteiro.
J. L. Moreno


 – Moreno diz que quanto mais perturbado estiver à organização mental, maior será a ajuda do Ego Auxiliar. A partir do conceito de Ego Auxiliar ele discorre sobre o conceito de Mundo Auxiliar. O que é Mundo Auxiliar?

Quanto mais perturbada parece estar à organização mental do paciente, maior é a ajuda que o ego auxiliar deve oferecer e maior a necessidade da sua iniciativa. Podem ser necessários numerosos egos auxiliares e, no caso da psicose grave e estabelecida, a tarefa com que o ego auxiliar se defronta está além da possibilidade de tratamento eficaz. O paciente mais benigno, por muitas que sejam as ajudas de que possa precisar para chegar a uma realização mais satisfatória ainda vive no mesmo mundo que nós. No caso de um paciente mais grave, a realidade, tal como é usualmente experimentada e substituída por elementos delirantes e alucinatórios, o paciente precisa de mais que um ego auxiliar, ele precisa de mundo auxiliar.
O Mundo Auxiliar é a tradução dos cuidados das expressões verbais, gestos, delírios e alucinações do paciente para uma linguagem poética, como base para construir um realidade poética, um mundo auxiliar.Os Egos Auxiliares uma vez familiarizados com a linguagem poética e com a estrutura do mundo auxiliar do paciente, poderá atuar nesse mundo, assumindo papeis adequados às necessidades do paciente, falar e viver com ele em sua própria linguagem e em seu próprio universo.

– O que é Psicodrama Bipessoal? Quais são os passos para seu desenvolvimento?

É uma abordagem terapêutica oriunda do Psicodrama, que não faz uso de ego-auxiliaries e atende apenas a um paciente de cada vez, configurando uma situação de relação bipessoal, ou seja, um paciente e um terapeuta. Geralmente as sessões são de 50 minutos, numa freqüência de uma a duas vezes por semana. Nem todas as sessões culminam em dramatização, pois as vezes faz-se necessário elaborar verbalmente o material já obtido anteriormente do que iniciar, compulsivamente, uma nova dramatização. Nas sessões em que são utilizadas dramatização, a metodologia básica consiste em:
·         Estimular algum tipo de aquecimento inespecífico e específico em movimento, alem do aquecimento inespecífico verbal. Cre-se que essa fase seja essencial para evitar as chamadas “dificuldades de se dramatizar com almofadas”. Quando o diretor e o paciente estão suficientemente aquecidos, esse tipo de incapacidade não ocorre, pois o “como se” toma conta da sessão capacitando o protagonista a funcionar com níveis ótimos de abstração;
·         Utilizar almofadas ou objetos da sala para marcar os papeis complementares;
·         Propor a técnica de tomada de papeis para que o paciente possa ir definindo e experimentando o papel complementar;
·         Quando o paciente retorna ao seu papel, costume emprestar minha voz e, as vezes, minhas força física à almofada, a fim de manter o aquecimento e dar mais veracidade à dramatização. Nessas ocasiões, me refiro ao papel complementar na terceira pessoa do singular;
·         Raramente contraceno ou assumo o papel do paciente, e, quando o acontece é de forma bem breve;
·         Preferencialmente utilizo a técnica da entrevista, que me permite mobilidade para ir e vir, entre a fantasia do paciente e a realidade da sessão;
·         Alem das técnicas da entrevista, utiliza-se vários outros recursos e quase todas as técnicas clássicas de dramatização.

- No livro Sobrevivência Emocional qual é o tema desenvolvido por sua autora Rosa Cukier? Qual a sua importância para compreensão de Matriz de Identidade?

O tema desenvolvido em seu livro é sobre a criança interna. O objetivo do trabalho com a criança interna dos adultos é fazer com que eles tomem responsabilidade por seu comportamento atual, compreendendo as distorções e o forte impacto das experiências precoces da infância em suas vidas. O foco principal do trabalho não é rememorar ou culpar/perdoar os adultos que cuidaram do paciente quando criança, mas sobretudo, compreender o que esses pacientes fizeram consigo mesmos, como resultado de como viveram as relações de dependência infantis .
A partir do trabalho com a criança interna, o terapeuta poderá verificar em qual locus de sua infância ocorreu à falha no desenvolvimento, e poderá retornar e rematrizar.

– A psicoterapia da Relação foi desenvolvida por Fonseca. Como ele utiliza as técnicas propostas por Moreno?

O psicoterapia da relação é um misto de diretor de psicodrama e ego-auxiliar, ou seja, um ator terapêutico, entretanto o cliente sempre deve estar sendo interpretado. Não há marcação de cenas, elas são presentificadas, no aqui e agora.  Não há ação corporal entre cliente e terapeuta, para se evitar a indução transferêncial e comportamento emocional desnecessário, preservando assim a relação um pouco mais distante, necessária para o diretor. A psicoterapia não parte de hipóteses teóricas, apenas mergulha no papel em jogo, fluindo a partir do que ele capta consciente e inconscientemente.

No livro Psicodrama da Loucura, Fonseca, desenvolve uma nova leitura sobre a evolução da Matriz de Identidade, completando o Teoria de Moreno. Descreva as fases da Matriz proposta por Fonseca.

1) Indiferenciação: é a fase do duplo, o individuo está indiferenciado, o EU e o TU não estão delimitados;
2) Simbiose: caminho para ganhar a identidade como pessoa;
3) Reconhecimento do EU: é a fase do espelho, o protagonista pode ver-se através do desempenho do seu papel, pelo ego-auxiliar;
4) Reconhecimento do TU: iniciam-se as pesquisas sobre o TU;
5) Relações de corredor: acontece a brecha entre fantasia e realidade, o TU existe só para o eu, possessividade;
6) Pré-inversão: acontece o jogo de inversão sem reciprocidade, sem o TU (bonecas);
7) Triangulação: inicio das relações a três, aparecimento do ELE;
8) Circularização: entrada em grupos de mais pessoas, NOS;
9) Inversão de Papeis: troca recíproca – Tele;
10) Encontro: dois seres se fundem e retornam revitalizando identidades

- Descreva: O que é Jornal Vivo?

No Jornal Vivo, ocorre apresentações improvisadas, não só em caráter mas também em sua forma de conteúdo. Uma das formas que melhor se  ajusta ao ideal e a apresentação de notícias cotidianas.
O seu desenvolvimento e inédito, os atores só no dia da representação são informados dos enredos que apresentarão, pelo Diretor diante da público.
O jornal vivo é usado como quadro para escrever uma peça bem feita e bem polida, todos os recursos convencionais do teatro voltam, automaticamente a entrar em ação . A idéia de fazer com que o presente social de uma comunidade seja experimentado dinamicamente por todos os seus membros de um modo ativo é destruída. Um jornal vivo, uma vez produzido e repetido perante muitos públicos, como qualquer outra peça de teatro, entra em conflito com o fato de que existem centenas de outras versões dos mesmos eventos e problemas que não são transmitidos para experiência dos espectadores.